terça-feira, 6 de março de 2012

Bonito mesmo é quem sorri com os olhos



Sete tatuagens, cicatrizes a perder de conta, uma mancha branca na bunda, um pé maior que o outro, alargadores que nunca formam par. É disso que eu gosto: do diferente, do que não combina. Falando nisso, dizem que batom rosa não combina com pele morena. Pois o meu rosa opaco é meu preferido e, segundo meu namorado, me deixa com boca de beijar. Hoje uma moça da academia estava me contando que teve bulimia na adolescência, porque sua amiga de infância a chamou de gorda, no meio da quadra da escola. Minha mãe passou a vida tomando remédio para emagrecer. Nunca foi magérrima. Minha melhor amiga, das pernas grossas, corria pela sala quando criança, para tentar ficar com as pernas finas que nem as das coleguinhas.
      O bonito não é só o visual. E não to falando só daquele papo clichê de beleza interior. To falando da beleza do toque. Cintura bonita de pegar é a que tem “lombinho”. Cabelo lindo de tocar é o que pode ser descabelado. A beleza do paladar. Corpo bonito é aquele que sabe aproveitar sem culpa uma cerveja numa tarde calorenta. Tem sorriso bonito quem sorri com os olhos. Bonito é o negro, com cor que parece chocolate e dá vontade de morder. O branco, que dá vontade de arranhar bem fraquinho, pra ver ficar levemente vermelho. Bonitos são os olhos hipnotizantes dos orientais e dos índios, as sardas dos ruivos. Gordura feia é a que faz mal pra saúde. Magreza feia é a que vira anorexia. Cabelo liso feio é o que queima a testa para ser feito. Cabelo crespo feio é o que vive preso e escondido.
     Como diz uma música do Criolo, “eu tenho orgulho da minha cor, do meu cabelo e do meu nariz. Sou assim e sou feliz.” E espero que você também!

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